quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O ridículo

O riso
De perceber o ridículo
A taquicardia
De se expor
A gota de suor azul
De refletir no pálido.

Na filosofia
Da parafrasiação
Percebo (logo, escrevo)
Que riu, ri, rirei
E só há de chorar
No dia em que
Me levar tão a sério.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Azul desbotado

O lilás no canto da pupila,
Antes que eu perceba
O azul se tornou verde
Pisquei.
Me escapou aquele Beijo
Mesmo assim
Virei amarelo

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Metalinguagem

Escrever
Momento solitário
Deveras idealizado
Por desentendedores do processo
Pouco maquinário.
Instante de reflexo
Falta de refração
Iluminação da silhueta,
Exaltação da sombra.
Momento, instante.
Segundo de infrentamento
Batalha interna
Só.
Hora de enfrentar demônios
Esclarecimento,
Medo.

De si mesmo

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Lançamento do livro!

O lançamento do livro A Sombra daquela garota  será no dia 08/10 (quinta-feira) às 19h no Café Objeto Encontrado (102 - Asa Norte).
Se estiver por Brasília, não deixe de comprar!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Estranho-natural

Converso em instantes de memória
Você me responde: Escuridão
E sigo a perseguir a tua glória
Por favor fique comigo
E eu abraço a solidão.

Lembro do abraço que me destes
Já no instante que nasci
Foram momentos em que você foi embora
E a própria solidão me abandonou.

Hoje te espero com saudade
De braços abertos, o que eu não vi
Em meio a tanta luz, me cegaste,
Me abraçaste, me envolveu, abandonou.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Soneto de Paranóia

Abri os olhos dentro do escuro constante
Cantado por vozes impacientes
Elas me perseguem, medo, instante
Exigem respostas não existentes.

Movimentei para o passo, nada
Procurei incessante uma visão
Instante, atrás de um ar que nada
Tu, parada, eles, procurar-te-ão.

Inspirei aquele veneno diário
Para viver sem desespero páreo
Já fraco, deixo de lado o horário.

Parei. Ponto final tão inútil
Não sou quem escolheria, fútil

E sim, eles, que não nos abandonam

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Sonho da noite

O canto dos sonhos
Dos sonhos cantados
Jogados
            No canto.
Sobe
            A escada
                        Do corpo
            No
            Meio
                        Da noite
Quando           foge de
            Casa.
Para chegar
N o canto dos sonhos
Dos sonhos cantados
                                   Longe do Sol
Só perto do Dó
Dó do canto
                                   Canto dos sonhos
Sonhos cantados
            Empilhados
            Enfatizados
            Espalhatifados
            Criados
            No
            Meio

                        Da noite.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Quero ser

Eu quero ser definido pelos abraços de despedida
Os que sempre pedem por mais
Pelas últimas palavras ditas
Sem saber que vai deixar pra trás.
Quero ser visto de cima
Para me ver por inteiro
Sentir que talvez o clima
Me completou em cheio.
Quero ser deixado pelo beijo nunca dado
Para poder ver no passado
O mistério do sentimento

quarta-feira, 11 de março de 2015

Transparência musical

A música que parece vir do nada, ecoa pelos fones de ouvido. A única coisa que a liga com o mundo, são as imagens que atravessam os olhos. E é isso que ela faz, observa.
Com as poucas habilidades de leitura labial, ela fica sentada em um banco, imaginando cada conversa alheia. Alguns grupos que por lá passam, ela já conhece, ela já sabe que eles são muito unidos. Isso a deixa muito feliz. Fortes amizades.
Não necessariamente com ela, até porque, ela olha ao seu redor, e ninguém está do seu lado, ninguém vai a sua direção. Ela é transparente para os outros. Por um momento, duvida da própria existência física.
Mas não, ela está lá, ela existe. Já falou com outras pessoas antes. Tem certeza!
Tem mesmo?
Na dúvida, ela tira o fone e, de repente, o mundo lhe invade. Todos os ruídos se transformam em barulhos. É tudo muito alto e intenso. Ela não aguenta, respira ofegante, começa a se sentir tonta e acha que vai cair. Então, ela recoloca o fone.
A visão lentamente volta a funcionar e a respiração se ritmiza enquanto a frase "Couldn´t save my mortal soul" é pronunciada.
Já desistindo, ela se levanta e sai antes do horário. Não vê motivos para continuar.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Por quê?


"Por que a gente boceja?”
Já parou para pensar em um motivo?
Qualquer que seja.

“Por que a gente chora?”
Alguma vez você se perguntou?
Qualquer que fosse a hora.

É impressionante a quantidade de perguntas
Que nós somos forçados a esquecer
Até porque
Ficar perguntando “por quê?”
Da trabalho para quem for responder.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Mais um ano letivo

Os olhares perdidos
Entre abraços antigos
E nenhum parece perceber
Que as coisas mudaram.

Outros olhares
Apenas olham
Entendendo o movimento
Do mundo que adentram.

Antes que percebem
Os dois mundos se uniram
E assim

Começa o ano letivo.